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domingo, 10 de junho de 2012
quinta-feira, 31 de maio de 2012
VII Cinzas do Caminho que se encontra
porque o dia que passa agora é um Sol negro nos Passos humanos, sobre nós,
eu
te acolho em minha Sombra
de Ternura para o Incêndio das Fontes que virão
E se dizes, dos meus passos: São meus passos
eu digo dos teus passos: São Teus passos
E assim,
indo,
aVe
que o Vento nos ventos: Destinos de areia
já não sabe se conduz ao Crepúsculo
ou se a Aurora já é a Penumbra que cintila em nossos Olhos,
porque outra vez Somos o que fomos
Eis:
a Asa
Invisível
murmurante no Horizonte
Pois agora Teumeu é o Corpo Entre Véus
oO Pas
so
que vindo,
não passará
terça-feira, 29 de maio de 2012
VI Oniá um Lugar cintilante
VIAGEM A ANDARA oO LIVRO INVISÍVEL
I fragmento de Oniá um Lugar cintilante, livro visível de Andara em manifestação
Fosse uma vez em Andara
Um homem olhando um horizonte vazio de repente viu outro horizonte vazio em si
O que faz um homem quando cai assim sem ter mais o Amparo de estrelas e carne nO Vazio sem fim fora e dentro de si? Debaixo dele desapareceu a Terra, sobre ele já não havia mais o Céu
e sua cabeça tombou para o peito escuro esse peito sem fundo
Ficou ali nO Escuro nada havia a fazer a não ser ficar ali
A menos que
Se nada acontecesse nada aconteceria
Mas aconteceu
Um vento vindo não se sabe de onde passou por ele agitou seus cabelos e se foi sumindo na Floresta que as suas costas ocultavam
Esse vento
veio como o Vento da Voz que tendo o Dom de nos adormecendo criar realidades fosse essa vez em Andara vai contar esta história,
mas sendo o Vento da Vida em vez de o adormecer, o despertou de seu vazio vazio O Vazio em que tombara
e
O que acontecerá agora?
E
o despertando ou lançado dentro de um sonho em que voltavam sob ele a Terra e sobre ele o Céu,
ele imergindo nisso, ou emergindo do Vazio
horizonte vazio homem vazio
e tudo isso ficando para trás,
agora se levanta para ir atrás do vento
Melhor dizer, do: Vento
Pois pela Fenda da Palavra entramos e nesta Dobra assim aberta para a Neblina de sermos agora estamos em Andara e Aqui que é um Lá não se sabe onde e quando, Onde e Quando,
só se sabe que em Andara todas as coisas são coisas passando não duram não duram, sendo como na Vida,
mas se numa delas uma Atenção humana se demora,
essa coisa coisa logo se transforma em Coisa
e é assim que em Andara surgem coisasCoisa,
essas coisas não sendo mais as coisas ventos águas aves árvores pedras horizontes estrelas olhos noites dias
e se tornando Entes
Ainda que entes neblinas
Na Penumbra Andara
Pois esse é o dom: o Dom, dessa Penumbra, aqui: pela Neblina dar vida que dure ao que fora de Andara sempre passa e some, em outras neblinas que não duram
Na Vida
Então,
vejam, olhando para trás,
quantas coisas assim mal começamos já quiseram ir mais além da duração que passa
e, pela Neblina,
se tornaram névoas que ganhando um eu: Eu, duram
Em Andara, sendo assim. Entendam. Sempre que se diz de um vento: o Vento
se nele eu me detenho mais que por um Alento distraído: nasce um ser
que já não é mais um fui serei,
mas um Sendo
E sendo, fosse Aquele Vento o que veio,
passando nos cabelos do homem
que agora, se erguendo, vai seguir o vento floresta adentro, Floresta adentro,
pois também uma floresta, em Andara
Ah,
Andara
Quantas névoas para resistir a carne que não dura
Mas mal se levantou aquele homem para dar o seu primeiro passo nesta história, e já tombando
pois tropeçasse numa pedra que estava em seu caminho,
entre ele e a Floresta, aquela pedra
e dela deve se dizer, também: pedraPedra
Melhor será deixar que as pedras da vida também penetrem em Andara que as árvores da vida também cresçam em andara que as aves da vida e as estrelas e insetos também rastejem e voem em Andara
melhor será deixar que Andara também seja apenas andara
pois como se mover no mundo mesmo sendo só este Esse mundo de palavras: Andara,
através de tantos entesEnte
tantas presençasPresença
e tantos seresSeres
Ser de Escritura
Entendam:
isto, sendo um Livro, é só um Serdescritura, onde palavras que se alucinam já não sabem que Sonhando vivem
e nenhuma Lei impede que de um Ente se diga ente
que de um ente se diga Ente
E que de Andara se diga ora andara ora Andara
Porque agora esta escritura: Escritura,
assim tão recente, mal se iniciando a história já se desfaz toda em ruínas, e é antiga como o Caos: o caos
de onde tudo,
vida e sonhos,
se origina?
Ah
O Que escreveu essa primeira Origem? A do Caos
Recomecemos,
indo, por entre o que passe e dure palavras coisas e vida em vida e neblina em neblina
Recomeçando: Fosse uma vez em andara
Um Homem olhando um Horizonte vazio de repente viu outro horizonte vazio em si
O que faz um homem quando cai assim sem ter mais o amparo de estrelas e carne nO Vazio sem Fim Fora e dentro de si?
Debaixo dele desaparecendo a terra sobre ele sumido céu
e sua cabeça Tombou para o peito escuro sem fundo
ficou ali nO escuro nada havia a fazer a não ser Ficar Ali
e depois
mal se levantou aquele homem para dar o seu primeiro passo, renascido, e já Tombando
tropeçando numa pedra que estava em seu Caminho,
aquela pedra entre ele e a floresta,
pedraPedra
Melhor seria se as pedras da vida em Andara
Ah,
o certo é que o homem tropeçou na pedra, e um osso se partindo em seu pé esquerdo,
já começasse ele a sua busca do vento sumido na floresta como um homem é
coisa que avança Cambaleante, buscando
e cambaleando
e a pedra ia rolando atrás dele
Por que aquela pedra agora o seguia enquanto ele seguia o vento, um partido Osso Órfão por companhia,
um pé de Dor o levando
um pé sem dor o retendo, atrás
pois cada passo que o esquerdo dava e doía
o faziam se apoiar no direito e não querer mais avançar mais nenhum passo em direção à dor que o esperava, sempre o esperando aquela dor um passo mais adiante
Da Dor se diga que pela dor que lhe causara a pedra a ele se unira
Pedra de Compaixão?
O que nunca se viu,
agora se visse. Aquela pedra assim se humanizando, seguindo um homem e seu osso órfão que partira
Oh, vejam quantas coisas podem nos acontecer só por sermos homens
Agora aqui se dando, pela compaixão daquela Pedra, o contrário daquilo que Aquele, antes de nós vindo e bem antigo, disse
- O homem é a medida de todas as coisas, das que são que são e das que não são que não são
Quem?
Que homem, agora no Tempo desnutrido. Qual pedra assim nutrida pela Dor?
sexta-feira, 25 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
V Doar
a
Guenádi Aigui:
Guenádi Aigui:
De que te vestes
e do que te despes/
Daquele que antes passa
não verás
nem rastro
e do que te despes/
Daquele que antes passa
não verás
nem rastro
doar
o centeio negro à claridade das manhãs
o que sustenta um homem contra as tempestades
não sabe ao certo do que ele é feito e no que se desfaz
o que sustenta um homem contra as tempestades
não sabe ao certo do que ele é feito e no que se desfaz
partes estão sempre desmoronando coisas estão sempre deixando
de ser no corredor de ossos O Clarão e mais um filho é devolvido à relva
de ser no corredor de ossos O Clarão e mais um filho é devolvido à relva
O pavilhão de trevas
Quase nunca é preciso soprar as cinzas
dos olhos
ninguém vem retribuir à terra a água colhida na palma da mão
dos olhos
ninguém vem retribuir à terra a água colhida na palma da mão
tu não avanças mais cantando
há a impossibilidade da semente
vir a se tornar uma floresta sem ressentimentos
vir a se tornar uma floresta sem ressentimentos
tu não avanças mais cantando
sem notar a caridade dos dias
com o direito de ocultar todo horizonte com uma elevação de lágrimas
com o direito de ocultar todo horizonte com uma elevação de lágrimas
Mas se sabia,
desde os primeiros sinais, que não vieram, que os ventos varreriam a terra, cavando,
até expor aos nossos olhos
as esmeraldas deste funeral
desde os primeiros sinais, que não vieram, que os ventos varreriam a terra, cavando,
até expor aos nossos olhos
as esmeraldas deste funeral
as esmeraldas deste funeral
o centeio negro à claridade das manhãs
já foi doado,
e embora vozes se erguessem
não deixaste
e embora vozes se erguessem
não deixaste
O Doador de Sombras
esses clamores vagos clarões
Nem nuvem vã desceu até teus olhos os calcanhares
com que pisaste o canto
dos que se erguiam em bando
em defesa dos dias
com que pisaste o canto
dos que se erguiam em bando
em defesa dos dias
e o leito de sombras foi armado
lá
onde
do Alto semeamos ossos
lá
onde
do Alto semeamos ossos
As doações
o que sustenta um homem contra as tempestades
não sabe ao certo do que ele
é feito e no que se desfaz
é feito e no que se desfaz
Ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo ah
essas mãos trêmulas depostas aos nossos pés
essas mãos trêmulas depostas aos nossos pés
Do Alto, semeando ossos
As doações
nós nos dizíamos
Eis o beber a seiva derramada
nós nos dizíamos
Eis o beber a seiva derramada
O Pontilhão Escuro está cantando ao vento:
um dia
a água do corpo correrá ao contrário, vindo ao teu encontro,
e tuas aves serão feitas de terra
a água do corpo correrá ao contrário, vindo ao teu encontro,
e tuas aves serão feitas de terra
Eis o beber a seiva derramada
ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo
Mas a criança há de nascer mais antiga
sob um sol de cinzas se desfazendo sobre nós
sob um sol de cinzas se desfazendo sobre nós
partes estão sempre desmoronando
somos, em nós, as doações recentes,
as recém-nascidas doações estão sonhando,
indo para o mais antigo Campo de Miragens nu
as recém-nascidas doações estão sonhando,
indo para o mais antigo Campo de Miragens nu
O
Doador de Véus
E o mais antigo desmorona
aos nossos pés
se se recusam a dar um passo antigo se
aos nossos pés
se se recusam a dar um passo antigo se
tudo passa, o lentamente,
em nós
em nós
coisas estão sempre deixando de ser
Se as Fontes imóveis de repente
cantassem em nós
ah, as cantantes caladas
oh se cantassem de repente
cantassem em nós
ah, as cantantes caladas
oh se cantassem de repente
A verdade é que
o pé tateia o limo
a mão espera o líquen dos afagos
o pé tateia o limo
a mão espera o líquen dos afagos
E tudo bem silenciosamente
Este desejo é longo quando passo
através da opaca cintilância
através da opaca cintilância
Ah, a Opaca cintilância
desses filhos mortos semeados pela relva
quando passo
desses filhos mortos semeados pela relva
quando passo
no corredor de ossos
um olho ainda cintila
a Lã
que ama o fogo sem balir
que ama o fogo sem balir
O Clarão
o fogo-fátuo destas fontes
Eis o beber a Seiva, a seiva derramada
A água do corpo
não correrá ao contrário em nós
tremia
um mineral profundo
não correrá ao contrário em nós
tremia
um mineral profundo
e mais um filho é devolvido
à relva
quando menos se esperava tanto espanto
A Voz
soluça entre gorjeios
soluça entre gorjeios
Quem sabe a santidade ser
O osso leve
de
um filho devolvido à Relva
O osso leve
de
um filho devolvido à Relva
O pavilhão de trevas
está se abrindo
Dobrados diante dele joelhos
de fruta
de fruta
Para colher a melhor flor
da estação, quantas sementes
esperando a Seiva lenta,
da estação, quantas sementes
esperando a Seiva lenta,
aguardando um pranto
Quase nunca é preciso
soprar as cinzas dos olhos
Quase nunca é preciso
lançar ossos no abismo
Quase nunca é preciso
lançar ossos no abismo
Estamos sempre dispostos a temer as manhãs
estamos sempre nas manhãs,
tremendo
tremendo
ninguém vem retribuir à terra a água
Colhido na palma da mão tem um abismo
É essa a fonte do coração oco entre miragens
É essa a fonte do coração oco entre miragens
Tomo, de ti,
a tua mão na minha
a tua mão na minha
Estas ruínas ficam bem
caladas quando passo
doar
caladas quando passo
doar
o centeio negro à caridade das manhãs
Se doendo
sem dOr
partes se dando: Do Corpo do poema em si, ao fora de si, ao Que?m buscando Em sonhos, a Margem brandamente escurecida
sem o direito de ocultar a caridade dos dias
mas com direito a vislumbrar todo o horizonte velado, a Elevação de Lágrimas
Fonte do coração, do Oco
entre miragens
Fonte do coração, do Oco
entre miragens
as esmeraldas neste funeral
As esmeraldas deste funeral
sábado, 12 de maio de 2012
Andara: VozSilêncio II
SEGUNDA PARTE DO DIÁRIO VIRTUAL DE ANDARA desde abril de 2012 dá continuidade a ANDARA: VOZSILÊNCIO iniciado em 2007 por VICENTE FRANZ CECIM
LINK
http://andaravozsilencio.blogspot.com.br/2012/05/andara-vozsilencio.html
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