Translate

quinta-feira, 31 de maio de 2012

VII Cinzas do Caminho que se encontra



porque o dia que passa agora é um Sol negro nos Passos humanos, sobre nós,



eu

te acolho em minha Sombra

de Ternura para o Incêndio das Fontes que virão



E se dizes, dos meus passos: São meus passos

eu digo dos teus passos: São Teus passos





E assim,

indo,



aVe



que o Vento nos ventos: Destinos de areia



já não sabe se conduz ao Crepúsculo

ou se a Aurora já é a Penumbra que cintila em nossos Olhos,



porque outra vez Somos o que fomos





Eis:



a Asa

Invisível



murmurante no Horizonte





Pois agora Teumeu é o Corpo Entre Véus



oO Pas



so

que vindo,



não passará



terça-feira, 29 de maio de 2012

VI Oniá um Lugar cintilante

VIAGEM A ANDARA oO LIVRO INVISÍVEL
I fragmento de Oniá um Lugar cintilante, livro visível de Andara em manifestação





Fosse uma vez em Andara

Um homem olhando um horizonte vazio de repente viu outro horizonte vazio em si



O que faz um homem quando cai assim sem ter mais o Amparo de estrelas e carne nO Vazio sem fim fora e dentro de si? Debaixo dele desapareceu a Terra, sobre ele já não havia mais o Céu

e sua cabeça tombou para o peito escuro esse peito sem fundo

Ficou ali nO Escuro nada havia a fazer a não ser ficar ali



A menos que



Se nada acontecesse nada aconteceria

Mas aconteceu



Um vento vindo não se sabe de onde passou por ele agitou seus cabelos e se foi sumindo na Floresta que as suas costas ocultavam

Esse vento

veio como o Vento da Voz que tendo o Dom de nos adormecendo criar realidades fosse essa vez em Andara vai contar esta história,

mas sendo o Vento da Vida em vez de o adormecer, o despertou de seu vazio vazio O Vazio em que tombara

e



O que acontecerá agora?



E

o despertando ou lançado dentro de um sonho em que voltavam sob ele a Terra e sobre ele o Céu,

ele imergindo nisso, ou emergindo do Vazio

horizonte vazio homem vazio

e tudo isso ficando para trás,



agora se levanta para ir atrás do vento



Melhor dizer, do: Vento

Pois pela Fenda da Palavra entramos e nesta Dobra assim aberta para a Neblina de sermos agora estamos em Andara e Aqui que é um Lá não se sabe onde e quando, Onde e Quando,

só se sabe que em Andara todas as coisas são coisas passando não duram não duram, sendo como na Vida,

mas se numa delas uma Atenção humana se demora,

essa coisa coisa logo se transforma em Coisa

e é assim que em Andara surgem coisasCoisa,



essas coisas não sendo mais as coisas ventos águas aves árvores pedras horizontes estrelas olhos noites dias

e se tornando Entes



Ainda que entes neblinas

Na Penumbra Andara



Pois esse é o dom: o Dom, dessa Penumbra, aqui: pela Neblina dar vida que dure ao que fora de Andara sempre passa e some, em outras neblinas que não duram

Na Vida



Então,

vejam, olhando para trás,

quantas coisas assim mal começamos já quiseram ir mais além da duração que passa

e, pela Neblina,

se tornaram névoas que ganhando um eu: Eu, duram



Em Andara, sendo assim. Entendam. Sempre que se diz de um vento: o Vento

se nele eu me detenho mais que por um Alento distraído: nasce um ser

que já não é mais um fui serei,



mas um Sendo



E sendo, fosse Aquele Vento o que veio,

passando nos cabelos do homem



que agora, se erguendo, vai seguir o vento floresta adentro, Floresta adentro,

pois também uma floresta, em Andara



Ah,

Andara



Quantas névoas para resistir a carne que não dura





Mas mal se levantou aquele homem para dar o seu primeiro passo nesta história, e já tombando

pois tropeçasse numa pedra que estava em seu caminho,

entre ele e a Floresta, aquela pedra



e dela deve se dizer, também: pedraPedra



Melhor será deixar que as pedras da vida também penetrem em Andara que as árvores da vida também cresçam em andara que as aves da vida e as estrelas e insetos também rastejem e voem em Andara

melhor será deixar que Andara também seja apenas andara



pois como se mover no mundo mesmo sendo só este Esse mundo de palavras: Andara,

através de tantos entesEnte

tantas presençasPresença

e tantos seresSeres





Ser de Escritura



Entendam:

isto, sendo um Livro, é só um Serdescritura, onde palavras que se alucinam já não sabem que Sonhando vivem

e nenhuma Lei impede que de um Ente se diga ente

que de um ente se diga Ente



E que de Andara se diga ora andara ora Andara



Porque agora esta escritura: Escritura,

assim tão recente, mal se iniciando a história já se desfaz toda em ruínas, e é antiga como o Caos: o caos

de onde tudo,

vida e sonhos,

se origina?





Ah

O Que escreveu essa primeira Origem? A do Caos





Recomecemos,

indo, por entre o que passe e dure palavras coisas e vida em vida e neblina em neblina



Recomeçando: Fosse uma vez em andara

Um Homem olhando um Horizonte vazio de repente viu outro horizonte vazio em si



O que faz um homem quando cai assim sem ter mais o amparo de estrelas e carne nO Vazio sem Fim Fora e dentro de si?

Debaixo dele desaparecendo a terra sobre ele sumido céu

e sua cabeça Tombou para o peito escuro sem fundo

ficou ali nO escuro nada havia a fazer a não ser Ficar Ali



e depois

mal se levantou aquele homem para dar o seu primeiro passo, renascido, e já Tombando

tropeçando numa pedra que estava em seu Caminho,

aquela pedra entre ele e a floresta,



pedraPedra



Melhor seria se as pedras da vida em Andara



Ah,



o certo é que o homem tropeçou na pedra, e um osso se partindo em seu pé esquerdo,

já começasse ele a sua busca do vento sumido na floresta como um  homem é

coisa que avança Cambaleante, buscando

e cambaleando



e a pedra ia rolando atrás dele



Por que aquela pedra agora o seguia enquanto ele seguia o vento, um partido Osso Órfão por companhia,

um pé de Dor o levando

um pé sem dor o retendo, atrás



pois cada passo que o esquerdo dava e doía

o faziam se apoiar no direito e não querer mais avançar mais nenhum passo em direção à dor que o esperava, sempre o esperando aquela dor um passo mais adiante



Da Dor se diga que pela dor que lhe causara a pedra a ele se unira



Pedra de Compaixão?



O que nunca se viu,

agora se visse. Aquela pedra assim se humanizando, seguindo um homem e seu osso órfão que partira



Oh, vejam quantas coisas podem nos acontecer só por sermos homens



Agora aqui se dando, pela compaixão daquela Pedra, o contrário daquilo que Aquele, antes de nós vindo e bem antigo, disse

- O homem é a medida de todas as coisas, das que são que são e das que não são que não são



 Quem?

 Que homem, agora no Tempo desnutrido. Qual pedra assim nutrida pela Dor?   


segunda-feira, 21 de maio de 2012

V Doar

a
Guenádi Aigui:


De que te vestes
e do que te despes/
Daquele que antes passa

não verás
nem rastro

  


doar


o centeio negro à claridade das manhãs
o que sustenta um homem contra as tempestades
não sabe ao certo do que ele é feito e no que se desfaz


partes estão sempre desmoronando coisas estão sempre deixando
de ser no corredor de ossos O Clarão e mais um filho é devolvido à relva


O pavilhão de trevas


Quase nunca é preciso soprar as cinzas
dos olhos
ninguém vem retribuir à terra a água colhida na palma da mão


tu não avanças mais cantando


há a impossibilidade da semente
vir a se tornar uma floresta sem ressentimentos


tu não avanças mais cantando


sem notar a caridade dos dias
com o direito de ocultar todo horizonte com uma elevação de lágrimas


Mas se sabia,
desde os primeiros sinais, que não vieram, que os ventos varreriam a terra, cavando,
até expor aos nossos olhos
as esmeraldas deste funeral


as esmeraldas deste funeral


o centeio negro à claridade das manhãs


já foi doado,
e embora vozes se erguessem
não deixaste


O Doador de Sombras


esses clamores vagos clarões


Nem nuvem vã desceu até teus olhos os calcanhares
com que pisaste o canto
dos que se erguiam em bando
em defesa dos dias


e o leito de sombras foi armado

onde
do Alto semeamos ossos


As doações


o que sustenta um homem contra as tempestades


não sabe ao certo do que ele
é feito e no que se desfaz


Ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo ah
essas mãos trêmulas depostas aos nossos pés


Do Alto, semeando ossos


As doações
nós nos dizíamos
Eis o beber a seiva derramada


O Pontilhão Escuro está cantando ao vento:


um dia
a água do corpo correrá ao contrário, vindo ao teu encontro,
e tuas aves serão feitas de terra


Eis o beber a seiva derramada


ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo


Mas a criança há de nascer mais antiga
sob um sol de cinzas se desfazendo sobre nós


partes estão sempre desmoronando


somos, em nós, as doações recentes,
as recém-nascidas doações estão sonhando,
indo para o mais antigo Campo de Miragens nu


O


Doador de Véus


E o mais antigo desmorona
aos nossos pés
se se recusam a dar um passo antigo se


tudo passa, o lentamente,
em nós


coisas estão sempre deixando de ser


Se as Fontes imóveis de repente
cantassem em nós
ah, as cantantes caladas
oh se cantassem de repente


A verdade é que
o pé tateia o limo
a mão espera o líquen dos afagos


E tudo bem silenciosamente


Este desejo é longo quando passo
através da opaca cintilância


Ah, a Opaca cintilância
desses filhos mortos semeados pela relva
quando passo


no corredor de ossos


um olho ainda cintila


a Lã
que ama o fogo sem balir


O Clarão


o fogo-fátuo destas fontes


Eis o beber a Seiva, a seiva derramada


A água do corpo
não correrá ao contrário em nós
tremia
um mineral profundo


e mais um filho é devolvido


à relva


quando menos se esperava tanto espanto


A Voz
soluça entre gorjeios


Quem sabe a santidade ser
O osso leve
de
um filho devolvido à Relva


O pavilhão de trevas


está se abrindo


Dobrados diante dele joelhos
de fruta


Para colher a melhor flor
da estação, quantas sementes
esperando a Seiva lenta,


aguardando um pranto


Quase nunca é preciso


soprar as cinzas dos olhos
Quase nunca é preciso
lançar ossos no abismo


Estamos sempre dispostos a temer as manhãs


estamos sempre nas manhãs,
tremendo


ninguém vem retribuir à terra a água


Colhido na palma da mão tem um abismo
É essa a fonte do coração oco entre miragens


Tomo, de ti,
a tua mão na minha


Estas ruínas ficam bem
caladas quando passo
doar


o centeio negro à caridade das manhãs


Se doendo


sem dOr


partes se dando: Do Corpo do poema em si, ao fora de si, ao Que?m buscando Em sonhos, a Margem brandamente escurecida


sem o direito de ocultar a caridade dos dias


mas com direito a vislumbrar todo o horizonte velado, a Elevação de Lágrimas
Fonte do coração, do Oco
entre miragens


as esmeraldas neste funeral


As esmeraldas deste funeral

sábado, 12 de maio de 2012

Andara: VozSilêncio II

SEGUNDA PARTE DO DIÁRIO VIRTUAL DE ANDARA desde abril de 2012 dá continuidade a ANDARA: VOZSILÊNCIO iniciado em 2007 por VICENTE FRANZ CECIM

LINK
http://andaravozsilencio.blogspot.com.br/2012/05/andara-vozsilencio.html