Viagem a Andara oO livro invisível
VICENTE FRANZ CECIM
Vês,
O Cerco
das coisas que não sendo são,
as Alucinadas
Elas, as sendo
Semser:
alucinantes,
ao nosso redor?
Ouve a Voz falando em mim para ti,
eu te diria:
O homem precisa aprender a apreender o Cosmos em Si
e trazer, sempre, resguardado dentro do corpo um
cosmos humano
Se perguntarias: por que
a Voz em mim te diria
Porque é indispensável, mas Não pelo pensamento,
transFigurar esta figura de mundo e homens entrelaçados,
esse Tecido em que, mas só aparentemente, tudo está
se indispondo como um Dentro e um Fora,
e assim nesse conflito,
atordoantes,
mas devêssemos era nos atordoar pelo Riso,
se apresentando aos nossos olhos, ouvidos, mãos,
olfato, paladar e se infiltrando em nós pelas Raízes Sutis dos nossos cabelos
trançados
e
sempre nos dizendo que somos
e tudo É?
E como fosse essa transFiguração, perguntarias?
Sim, perguntarias
E eu te dizendo:
Seria porta de vai e vêm,
assim:
Devesse ao Cosmos ser atraído como a coisa menor
para o Interior do umanoh como coisa maior,
para ser contido enfim em omemh
E coubesse já a esse enfim umanoh transPassar o Ente
que o reveste, excontido no tempoespaço,
E libertar o Ser semtempos em seu nãoLugar Real, que
é Lugar de Todos os Lugares e ao mesmo tempo,
mas Ali, vê, não existisse mais isso, Tempo,
sendo esse Lá, Onde? nenhum lugar de todos os
nãolugares
Entendes?
E não temes?
Ah, tu temes
Vejo carne de tremores, olhos embaciados em
tormentos muito antigos, pele onde toda a luz interior se apagando
Então,
eu te dizendo,
quisesse te erguer de novo em ti:
Achas que essas árvores ao nosso redor existem, ou são nuvens de árvores, passando
Achas que aquelas nuvens lá no alto são nuvens, ou
árvores agitadas, mas com raízes
Não é este vento,
o mesmo que agora agita os nossos cabelos?
~
Desejo ardentemente que arranque as raízes dos meus
pensamentos, te digo
Pois eu te digo: assim como há seres neblinas, o que
aos poucos vamos mais nos tornando, como Anunciação da transFiguração do humano
em umanoh,
Esse H transportado para o Enfim nos libertando o Um
que Cosmos e Homem somos,
Há todos esses entes de névoas, ao nosso redor, nos
fazendo crer que são
Mas, vê, são árvores de nuvens porque passam como as
nuvens, suas folhas caindo, seus frutos caindo, e tudo nelas passando
Passando
Pass
Mas em demanda da Semente,
tu me dizes?
Sim, das Sementes: da Semente Da Semente das
sementes
Mas não serão sempre sementes de nuvens, para sempre
muitas vezes, sem fim, se dispersarem, passando, passando, passan
Ouve, o que há a temer?
Eu te perguntaria
Seres neblinas em um mundoMiragem
por isso somos os Imensos, por isso: por nãoSermos,
e durarmos tão pouco no tempo,
te digo: Aproveitemos a duração mais longa do
Cosmos,
oh > quanto durará ainda, desta vez, o sono da
divindade
esse Cosmos que deve esperar pelos despertares
divinos para se desfazer
e pelo adormecer do deus
para em Seus sonhos voltar a ser miragem
Não é um CosmosNuvem,
que um Alento fora dele agita: forma e deforma e
reforma e dispersa
como este vento nesta árvores que nos cercaram e
nós?
Por isso, n o umanoh, uma vez liberto dessa letra de
ar, H, aflorasse plenamente vindo à tona
no humano,
Ah > a Flor sem flor adormecida em nós
essa maior grandeza que sendo fôssemos: o Um,
porque: tombados no humanoH, enfim, saberíamos que
não somos,
não sendo mais que névoas neste Terra de Névoa que
também o deus sonhando, despertando,
desfazendo, uma vez mais sonhando, desfazendo, fazendo, des
engendra e gira nos Vazios roçando estrelas
Enquanto o Cosmos, te digo.
Ah,
compreende: é miragem que dura mais na ilusão de si
mesma
Entendes
Entendes?
Seres neblinas
Miragens
Vamos
Já está anoitecendo, ou são estas altas árvores ao
vento
Estreitando seu
Cerco
ao redor de nós