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domingo, 31 de março de 2013
DIÁRIO D oO LIVRO INVISÍVEL: PASSO EM SONHO Vicente Franz Cecim
DIÁRIO D oO LIVRO INVISÍVEL: PASSO EM SONHO Vicente Franz Cecim: A Construção de Carne está nas Trevas e um Silêncio Branco ressoa em toda parte: o Ausente permanece o que deixam seus Oss...
PASSO EM SONHO Vicente Franz Cecim
A Construção de Carne está nas Trevas
e um Silêncio Branco
ressoa em toda parte: o
Ausente
permanece
o que deixam seus Ossos com sons de flauta
para a Música
e o Vento da Vida
Nós não somos um cortejo de Ruínas
nós não somos Nós
não somos os que vieram atrás do Manto
revestido de algas
celebrando o Encanto e o Musgo
que a Água dos Olhos não lava Nós
não permanecemos
indistintos
na Paisagem dos Crepúsculos Nós não
tememos
a nossa Fome das Auroras
nossa embriaguês de Vinho Pálido
enquanto passamos, e passamos,
exatamente
Agora
sexta-feira, 15 de março de 2013
quarta-feira, 13 de março de 2013
DIÁRIO D oO LIVRO INVISÍVEL: SILENCIOSO COMO O PARAÍSO
DIÁRIO D oO LIVRO INVISÍVEL: SILENCIOSO COMO O PARAÍSO: Festa dos cabelos trançados VICENTE FRANZ CECIM IMAGEM Bruno Cecim Dos ad...
SILENCIOSO COMO O PARAÍSO
Festa dos cabelos trançados
VICENTE FRANZ CECIM
IMAGEM Bruno Cecim
Iluminuras, São Paulo, 1995
VICENTE FRANZ CECIM
IMAGEM Bruno Cecim
Dos adormecidos, todos, então começaria a
vir o mesmo som de águas, redemoinhos, que viera da criança.
Era a carne talando neles, agora só a carne estando todo o resto adormecido?
Se pudéssemos ouvir o que a carne tinha a nos dizer naquela casa
Ouviríamos:
Os sons de águas se transformavam em vozes nos adormecidos.
Fomos aqueles que primeiro uivou para ti,
e na primeira noite, o que primeiro riu nos tempos
Fomos os nossos arrependidos ossos curvos
pois tu trituras amorosamente o que conténs,
e
incontida
Silenciosos sob o silêncio da erva: sensíveis
à dor e à tua erva
Silenciosos até a altura dos ramos voltados
para a nascente, grande é a Face que te espia da
outra
margem
Pois se das coisas temos um sol tombado, e a descida
sombra
e o canto aviltado da voz rouca,
e ainda os olhos da primeira vez
da primeira, ó inesquecível
e sem podermos ver
deitados sob o silêncio da erva, e sensíveis ao que fomos
Ao uivo aos ossos à face à erva
Novo silêncio. E o canto:
Pelos tempos e as geleiras,
animais fizeram a curva luminosa do teu dorso
Verão sobrenatural: não damos um passo
sem a tua companhia
Pelo espesso: dele a espessura se desprende
na forma dos cheiros selvagens que tanto
nos empalidecem à noite:
cada um de nós é um clarão visto à distância
Tu és o escândalo do deus que se desfez
do lado mudo dos seus gonzos. E se abres
a porta escura deste ombro,
fatigados pelos campos
semeamos nossos ossos mais humanos
nos lugares onde tivemos lábios e ressecam da oração
O canto: isso nos invade, quer nos habitar pelos ouvidos para sempre
Pois tua é a sombra e a Sombra
e na areia
a reunida areia, a carne
E a concebida asa,
e na areia ainda a reunida asa de areia
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